Corte e trincamento com o uso de pó
Generalidades:
O
corte a pó é um termo usado na indústria metalúrgica para vários tipos de
processamento a chama de materiais de alta liga e refratários.
Uma
chama de oxiacetilenica típica não é capaz de gerar calor suficiente para
cortar materiais como o aço inoxidável, devido à formação de escória resistente
ao calor.
O
corte a pó, no qual ocorre a adição de pó de ferro, à chama, possui um efeito
duplo:
1° - a
queima (oxidação) do pó de ferro proporciona uma maior temperatura de corte;
2° - a
escória resistente ao calor é diluída pelo pó de ferro oxidado, causando uma
diminuição da temperatura de fusão da escória, tornando-a mais fluida, que pode
ser facilmente removida pelo fluxo de oxigênio.
O
corte da gusa não pode ser feito de maneira contínua conforme o procedimento
usual do oxicorte.
A
razão é encontrada na presença de grafite dispersa em grandes quantidades, que
reage endotermicamente, isto é, com absorção de calor, como o óxido de ferro
desenvolvendo óxido de carbono.
Este
forma uma película gasosa na face de corte que impede a ulterior oxidação do
ferro.
Deste
modo o corte pára e é preciso recorrer a expedientes que podem ser constituídos
por uma técnica operatória particular, como por exemplo imprimir ao maçarico um
movimento oscilatório.
Com o
jato de pólvora se obtém, contrariamente, uma escória superaquecida mais
abundante, que permite a eliminação regular da grafite, permitindo o corte
manual ou com máquina. Na pratica foram cortadas com sucesso, espessuras de 1.4
m.
O
procedimento de corte com o uso de pó, como ainda o trincamento produzem uma fumaça
densa, rica de óxido de ferro.
Embora
estes fumos não sejam tóxicos, é preciso todavia atentar para a fumaça que
escapa do metal que se corta.
Por
outro lado, a nuvem avermelhada de fumaça que escapa do corte, pode impedir a
boa visibilidade durante a operação; por esta razão é aconselhável executar o
corte por pó em lugares ventilados e fazer com que o operador tenha óculos e proteção
contra as projeções.
Aparelhamento
Para o
corte ou trincamento com pó, são precisos:
1) um
maçarico de corte ou trincamento;
2) uma instalação de
alimentação de oxigênio e de acetileno;
3) um distribuidor de pó.
Este último
é um aparelho que permite o fornecimento regular e contínuo, o pó ao maçarico
de corte ou trincamento, dosando-o ainda em relação a espessura a ser cortada.
O tipo mais comum é constituído por um reservatório em que o pó está armazenado, que é remetido ao maçarico de corte através do emprego de ar comprimido.
O ar
comprimido a ser empregado deve ser cuidadosamente depurado e seco por esta
razão o distribuidor é munido, geralmente, de um depurador e de um sacador de
gelo de sílica.
Em
alguns casos ainda são empregados distribuidores vibrantes, munidos de um
dispositivo vibrante que regula a quantidade de pó.
Normalmente os distribuidores são de capacidade de 30 lbs e 200 lbs, aproximadamente 14 kg e 90 kg.
Os
maçaricos a serem empregados para o corte e trincamento com pó, são maçaricos
especiais ou maçaricos normais adequadamente modificados e são munidos de um
injetor de pó que pode ser separado ou fazer parte do corpo do maçarico.
O pó
que deve ser bem calibrado e enxuto, é misturado no jato de oxigênio de corte
por um fluxo de ar comprimido que o força a passar por uma série de furos
dispostos na parte exterior dos furos de aquecimento.
Corte de aços inoxidáveis com uso do pó
Os aços
inoxidáveis são cortados pelo pó, dependendo da espessura, com uma velocidade
comparável a obtida nos aços normais ao carbono, empregando o processo de
oxicorte normal.
Para
obter esse resultado basta aumentar a pressão do oxigênio de corte ou empregar
pontas de diâmetro imediatamente superior à que seria necessária para cortar um
aço carbono da mesma espessura.
O
consumo de pó varia, aumenta quando aumenta a espessura da peça a ser cortada e
a sua resistência a oxidação.