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INFLUENCIA DOS RINCIPAIS ELEMENTOS DE LIGA NOS ACOS

 

Influência dos principais elementos de liga nos aços

 

          Introdução

          Nos capítulos anteriores já referimos a influência que o enxofre e o fósforo exercem sobre as características das ligas de ferro-carbono. Vamos agora ocupar-nos da influência dos outros elementos que, ao contrário dos anteriores, são geralmente associados aos aços para lhes comunicar características que os adequem a determinadas finalidades.

          Os mais importantes elementos de liga dos aços são: o níquel, o crômio, o manganês, o tungstênio, o molibdênio, o silício, o vanádio e o cobalto.

 

          Níquel

          O níquel é um elemento que se dissolve na ferrite, melhorando duma forma geral as propriedades dos aços.

          Aumenta:

          - A tenacidade, e consequentemente a resistência a tração, mesmo para temperaturas inferiores a 0°C.

          - A resistência a quente para temperaturas superiores a 600°C.

          - A resistência a corrosão, tornando os aços insensíveis aos agentes redutores (aços semi-inoxidaveis).

          - A penetração da têmpera.

          Diminui:

          - A temperatura de transformação da austenite, estabilizando a estrutura e dificultando o aumento do tamanho do grão, desde que a sua percentagem exceda 30%.

          - A condutibilidade elétrica.

          - O coeficiente de dilatação, especialmente quando em percentagem elevada.

 

          Crômio

          Parte do teor em crômio dos aços dissolve-se na matriz, combinando-se o restante com o carbono formando carbonetos.

          Geralmente pode-se dizer que o crômio aumenta:

          - O poder de corte.

          - A resistência ao desgaste.

          - A dureza.

          - A tenacidade.

          - A resistência a tração.

          - A resistência a corrosão (crômio dissolvido), tornando os aços resistentes aos agentes oxidantes.

          - Ligeiramente a temperatura de transformação da austenite.

          Diminui:

          - A velocidade da têmpera, tornando os aços aptos a serem temperados no ar ou no óleo.

          - A condutibilidade elétrica.

          - A condutibilidade térmica.

 

          Manganês

          Este elemento dissolve-se na matriz não formando carbonetos. Quando em presença do enxofre, combina-se com este, formando sulfuretos (ação dessulfurante) evitando assim a formação de sulfuretos de ferro, composto responsável pelas fissuras que resultam da maquinagem a quente. Tem também uma ação desoxidante.

          Não se utilizam ligas com percentagem de manganês entre 4 a 12%, porque isto dá origem a uma estrutura frágil (manganês frágil).

          Quando em percentagens superiores a 12% e nos aços com 1% de carbono, impede a transformação da austenite, permitindo que estes aços adquiram uma dureza superficial elevada quando submetidos a tratamentos mecânicos (forjamento, laminagem), mantendo-se tenazes no núcleo.

           Os aços com 18% de manganês não são magnetizáveis.

           Duma forma geral o manganês aumenta:

          - O limite elástico.

          - A resistência a tração.

          - O coeficiente de dilatação térmica

          - A presença da têmpera.

          Diminui:

          - Os pontos de transformação da austenite facilitando a penetração da têmpera.

          - A condutibilidade térmica.

          - A resistência elétrica.

          - A velocidade crítica da têmpera.

 

          Tungstênio ou Volfrâmio

          O tungstênio forma carbonetos muito duros e finos, que se distribuem pela matriz, impedindo o aumento do tamanho do grão.

          Aumenta:

          - A tenacidade.

          - A resistência a quente.

          -  O tempo de duração de corte.

          - A temperatura de transformação da austenite.

          - A forca coerciva (favorece a magnetização permanente)

          Diminui:

          - A resistência a oxidação a quente.

 

          Molibdênio

          O molibdênio forma carbonetos finos que contribuem para o afinamento do grão.

          Aumenta:

          - O limite elástico.

          - A resistência a tração.

          - A resistência a quente.

          - A resiliência.

          - A resistência a corrosão nos aços inoxidáveis.

          - A têmperabilidade.

          - A resistência ao ataque ao ácido sulfúrico (também melhora a qualidade de corte, podendo substituir o tungstênio).

          Diminui:

          - A resistência a oxidação a quente.

          - A velocidade crítica da têmpera.

 

          Silício

          O silício é um elemento que aparece sempre associado aos aços, embora em pequena percentagem, tendo uma ação essencialmente desoxidante.

          Quando é utilizado como elemento de liga aumenta:

          - O limite elástico.

          - A resistência a tração.

          - A resistência ao desgaste.

          - A resistência a corrosão (ação dos ácidos) para percentagens superiores a 12%

          Diminui:

          - A condutibilidade elétrica.

          - A magnetização.

          Para percentagens elevadas, superiores a 12%, obtém-se estruturas muito duras e dificilmente maquináveis, o que restringe bastante a sua utilização, a não ser em pequenas quantidades, como é o caso dos aços para molas ou para chapas de proteção de motores elétricos.

 

          Vanádio

          O vanádio tem um comportamento idêntico ao volfrâmio. Forma compostos muito finos que favorecem o aparecimento de estruturas de grão fino.

          Aumenta:

          - A resistência ao desgaste.

          - A resistência a quente e o tempo de duração de corte.

          - O limite elástico.

          - O estabilidade do revenido.

 

          Cobalto

          O cobalto dissolve-se na matriz limitando o aumento do tamanho do grão.

          Aumenta:

          - A resistência a quente.

          - As propriedades magnéticas.

          - A condutibilidade térmica.

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