FUNDAMENTOS DE SOLDADURA

 

FUNDAMENTOS DE SOLDADURA


         Noções gerais

         Introdução:

          A união de peças metálicas preocupou o homem desde que este começou a trabalhar os metais, pela construção de juntas de modo a poder unir peças de forma previamente definida com o fim de obter, primeiro objetos de uso, e depois estruturas e novas ferramentas.

          E assim, já na antiguidade já se soldava o chumbo por compressão, e posteriormente se utilizava a solda de estanho e a solda feita de ligas a base de cobre, não se podendo definir, cronologicamente quando se começou a caldear o ferro como processo de junção.

          Sabe-se que um dos processos mais antigos de construção de juntas foi por meio de rebites, designado por cravação de rebites, e embora fosse já utilizado pelos celtas, somente na idade contemporânea este processo teve aplicação industrial após a descoberta do método de fabricação de ferro pudlado e sua laminagem. E, assim, só no século XIX foi empregado na construção de pontes embora, já muito antes, se conhecesse e empregasse o parafuso.

          Mas o homem necessitava dum material ferroso com melhores características e assim, na segunda metade do século XIX a metalurgia pôs a sua disposição o aço macio de construção. Este material revolucionou a indústria, especialmente a da construção civil, e levou o homem a necessidade de criar novos processos de fabricação de juntas. E apareceu, assim, a soldadura por arco elétrico.

          Mas a formidável fonte de energia do arco elétrico levou o homem, também, a pensar no aproveitamento do calor produzido pela resistência elétrica para a construção de juntas.

          Em 1886, Thompson iniciou os trabalhos que só passados mais de vinte anos com o desenvolvimento da produção de energia sob a forma de corrente alternada, viria a ter aplicação industrial.

          Atualmente, a indústria de construção metalomecânica utiliza três processos de soldadura:

                    - Soldadura a topo – empregada na construção de armaduras para estruturas de                      Betão armado, na fabricação de caixilharia metálica, na indústria automobilística, de bicicleta, etc., automobilística e de construção de carruagens de caminho de ferro.

                    - soldadura por pontos – empregada na indústria de moveis metálicos, na indústria de loiça esmaltada e de alumínio, indústria

                    - soldadura por roletes – aplicada na fabricação de reservatórios, bidões e de juntas para automóveis e bicicletas, radiadores, embalagens metálicas, e fabricação e loiças esmaltada.

 

          Na realidade, a soldadura elétrica é um processo de trabalho imprescindível na indústria metalomecânica, não só na construção propriamente dita, como também, na indústria de reparação de órgãos de maquinas. E assim, desde a pequena oficina para fabricar e reparar, até as grandes empresas e fábricas que utilizam os produtos metalúrgicos, aos estaleiros navais e fábricas de material de guerra, a soldadura elétrica a arco ou por resistência é considerada o processo de construção mais prático e o que permite maior economia do material e de mão-de-obra.

        

          Definição de soldadura

          A soldadura é um processo que consiste em unir duas ou mais peças por forma a constituírem uma peça única, com resistência suficiente para uma boa utilização prática.

          Vamos considerar os seguintes tipos de soldadura utilizados atualmente:

                    1 - Soldadura por forja ou calda.

                    2 - Soldadura por estanhagem

                    3 - Soldadura por solda forte.

                    4 - soldadura autógena.

                    5 - Soldadura elétrica por arco.

                    6-soldadura elétrica por resistência.

                    7-soldadura por aluminotermia.

 

          Soldadura por forja ou calda – o ferro e o aço carburado a uma temperatura de 1200° a 1300° torna-se pastoso a solda.

          Se duas peças a soldar são tiradas do fogo e colocadas uma sobre a outra, conseguimos solda-las com uma ligeira martelagem ou pressão. No entanto, há que tomar algumas precauções como veremos a seguir.

          Apenas o aço extra macio e o macio deve ser utilizado em trabalhos de soldadura por calda porque, em aços com maior percentagem de carbono, essa soldadura terna-se difícil e não oferece segurança.

          Para realizar uma soldadura por calda é necessário, previamente, preparar as pontas a unir. Normalmente, é a preparação por escarva a que mais se utiliza pelo fato de as outras preparações serem muito mais trabalhosas.

          Para que uma soldadura por forja fique bem feita, é necessário eliminar o oxido de ferro que se forma a superfície das peças e que não haveria maneira de evitar que ficasse intercalado entre as superfícies a unir. Por isso é indispensável colocar entre essas superfícies uma pasta especial que se vende no mercado e cuja base é a sílica, afim de se combinar com o oxido de ferro, dando o silicato de ferro, que é muito fluido a temperatura de soldagem, e assim, é facilmente expulso dentre as superfícies, com a martelagem ou com a prensagem.

          No caso de se não possuir essa pasta, pode remediar-se a sua falta utilizando areia siliciosa, bem limpa e pura. Também se deve evitar que, entre as superfícies, fiquem partículas de carvão porque, com a martelagem, essas partículas introduzem-se no aço, endurecendo-o. Por isso, ao retirarem-se as peças da forja, há que limpá-las para o que basta, apenas, bate-las com elas fortemente no cavalete ou bigorna.

          O combustível a utilizar, se o aquecimento se faz na forja, tem de ser o coque metalúrgico por não possuir teores apreciáveis de enxofre nem de fosforo. Por vezes também se utiliza o carvão de sobro.

 

          Soldadura por estanhagem – este processo de soldadura é muito utilizado para soldar folha de flandres, zinco, chumbo e material elétrico delicado mas, neste caso, mais para garantir uma boa condutibilidade elétrica do que para se conseguir uma soldadura resistente. Também se utiliza para soldar latão, bronze, e até o próprio estanho quando se não pretende uma soldadura forte.

          Como fonte calorifica utiliza-se, normalmente o ferro de soldar, um maçarico de gasolina ou um, maçarico de acetileno.

          As soldaduras são realizadas com ligas de chumbo e estanho sendo conhecidas por:

                    Soldadura dos latoeiros: 33% de Pb e 67% de Sn (ponto de fusão 170°).

                    Soldadura dos eletricistas: 37% de Pb e 63% de Sn (ponto de fusão 182°).

                    Soldadura dos canalizadores: 67% de Pb e 33% de Sn (ponto de fusão 220°)

 

          Para efetuar qualquer destas soldaduras é indispensável utilizar um decapante que pode ser a base de aço clorídrico, cloreto de zinco preparado colocando um pedaço de zinco em aço clorídrico ou ainda, resina.

          Para a folha-de-flandres utiliza-se, normalmente o cloreto de zinco.

          Para soldar latão, cobre, aço (folhas), etc., convêm misturar um pouco se sal amoníaco (cloreto de amônio) para tornar o decapante mais enérgico.

          Quando não se pode utilizar estes decapantes liquido usa-se a resina como fazem os canalizadores

          Hoje encontra-se a venda no mercado soldadura para estes trabalhos constituídas por varetas ou fios que tem dentro um decapante apropriado.

 

          Soldadura por solda forte – este tipo de soldadura emprega-se quando se necessita duma soldadura mais forte do que a que é realizada com a soldadura de estanho. Utiliza-se como metal de ligação, um latão a que, por vezes, se adiciona outro elemento como, por exemplo, o ferro em pequeníssimas quantidades.

          No mercado existem várias soldas para estes tipos de soldadura com nomes diverso mas em que a base é, normalmente, o latão.

          O metal de ligação pode ser utilizado sob a forma de granalha, barrinha ou arame. Na falta de solda especial pode utilizar-se o latão vulgar cortando-se barrinhas duma chapa de latão.

          O foco calorifico para esta soldadura é a forja ou o maçarico.

          Para desengordurar ou decapar as peças a soldar e desoxidar a soldadura utiliza-se o bórax ou tincal que se vende no mercado, mas a que os operários chamam, impropriamente, trical.

          Se a soldadura se faz com maçarico, aquecem-se os bordos das peças a unir e, depois de espalhar um pouco de tincal que funde e se obriga a cobrir os bordos das peças a soldar, derrete-se a vareta de solda com o maçarico e obriga-se está a encher o intervalo que fica entre os bordos das peças a unir.

          Se a soldadura se faz a forja utiliza-se normalmente a granalha que se espalha sobre as superfícies a unir pela soldadura e depois de, sobre elas, se ter espalhado um pouco de tincal.

          Com este tipo de soldadura pode se soldar latão, bronze, cobre, aço e ferro fundido. Na indústria utiliza-se muito para soldar ferro fundido porque não exigem grandes elevações de temperatura as quais seriam prejudiciais as peças executadas neste material.

          Dá-se o nome de granalha a solda em pequenos pedaços que são obtidos deixando cair, propositadamente a solda fundida num tanque de agua depois de passar por um crivo ou chapa furada ou, então, deixando cair um fio de solda liquida sobre uma superfície de ferro fundido ou aço, colocada levemente inclinada sobre a superfície da agua dum tanque. A solda, ao cair nessa superfície metálica, salta e vai cair em pequenas partículas na agua e, arrefecendo rapidamente toma a forma esférica.

          Este tipo de soldadura tem muita aplicação na indústria não só para os trabalhos de ferro fundido como, também, na soldadura das serras de fita.

         

          

 

 

       

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