PROPRIEDADES E ENSAIOS DOS MATERIAIS

 

PROPRIEDADES E ENSAIOS DOS MATERIAIS



PROPRIEDADES DOS MATERIAIS UTILIZADOS EM CONSTRUÇÃO METALOMECÂNICA E ELÉCTRICA

 

          Os materiais que se utilizam na construção metalomecânica e elétrica são os metais e suas ligas, as madeiras e, ainda, materiais diversos.

          É do conhecimento geral que o ferro é o mais importante dos matais, seguindo-se o cobre, o estanho, o chumbo, o zinco, e outros.

          As ligas são, geralmente, obtidas por fusão de diversos elementos e as mais importantes são os aços simples e os aços especiais; são também de grande importância os bronzes, os latões, as ligas de alumínio e outras.

          Quanto as madeiras, podemos classifica-las em duras e em macias. As primeiras são aplicadas em armações, escoras, etc., ao passo que as segundas, são empregadas geralmente na confecção de moldes (carpintaria de moldes).

         Nos materiais diversos utilizam-se os mais variados desde o algodão, a borracha, o couro, o amianto, até os materiais plásticos, como a ebonite, a baquelite, e outros.

          Os produtos (metais e suas ligas) são caracterizados pelas suas propriedades físicas, mecânicas e químicas.

 

          PROPRIEDADES FÍSICAS DOS METAS

          As propriedades físicas são aquelas em que para as determinar não há necessidades de empregar ações químicas. As que interessam considerar na metalurgia são: a cor, a densidade, a fusibilidade, a condutibilidade térmica, a condutibilidade elétrica e a dilatibilidade.

          A cor – cada elemento ou cada produto metalúrgico tem a sua cor própria, embora alguns ela possa variar não só devido ao seu arranjo molecular, como ao estado de acabamento da superfície examinada.

          O ferro fundido macio, por exemplo, apresenta uma fratura de cor cinzenta escura bastante pronunciada quando, depois da fusão, é arrefecido lentamente, ao passo que se este arrefecimento for rápido, a cor da fratura é a cinzenta clara, razão por que se dá o nome de ferro fundido branco.

          A estrutura e a cor do grão, numa fratura recente, dão logo uma noção quanto a dureza e fragilidade desse ferro fundido.

          O cobre em fratura apresenta uma cor de tijolo avermelhado, ao passo que a cor mais pálida se o metal for polido.

          A densidade – é a ralação que existe entre os pesos de volumes iguais de duas substancias quando se toma uma delas para termo de comparação.

          Para os sólidos e líquidos toma-se como termo de comparação a agua pura a temperatura de 4,1°C. fixou-se essa temperatura por ser aquela a que a agua tem menor volume para o mesmo peso (é claro que o volume varia com a temperatura)

 

Assim convém fixar a densidade das seguintes substancias:

Magnésio ...........................................................1,7

Alumínio ............................................................2,7

Ferro fundido .....................................................7,2

Estanho ..............................................................7.2

Zinco ..................................................................7,2

Ferros e aços ......................................................7.8

Cobre e bronze ...................................................8,9

Chumbo ............................................................11,4


           Fusibilidade – é a propriedade que tem algumas substâncias de passarem do estado sólido ao estado líquido pela ação do calor, em especial a maioria dos metais e, por conseguinte, todos os produtos metalúrgicos.

          O ponto de fusão duma substancia é a temperatura a que essa substância passa do estado sólido ao estado líquido. O ponto de fusão de cada um dos metais é constante, praticamente igual ao ponto de solidificação, que é a temperatura a que uma substância passa do estado líquido ao estado sólido.

          Para as ligas, o ponto de fusão depende da sua composição e dos arranjos eu estrutura que a liga tomou na solidificação, como adiante estudaremos.

          Diz-se que uma substância é mais fusível do que outra quando essa substância funde a temperatura mais baixa. Assim, o estanho que funde a 235°C, é mais fusível do que o cobre que funde a 1080°C.

          Convêm fixar as seguintes temperaturas de fusão:

Estanho .....................................................................235°

Chumbo .....................................................................330°

 Zinco ..........................................................................420°

 Alumínio ....................................................................650°

   Cobre .........................................................................1080°

    Ferro fundido .................................................1150° a 1300°

    Aços ...............................................................1300° a 1500°

     Ferro ...........................................................................1530°

 

          Condutibilidade térmica – é a propriedade que tem algumas substâncias de se deixarem atravessar pelo calor e de o transmitir, com maior ou menor facilidade, aos corpos vizinhos.

          Duma maneira geral podemos dizer que todos os metais e produtos metalúrgicos são bons condutores de calor. No entanto a condutibilidade varia de metal para metal e, consequentemente, de liga para liga. Assim, por ordem decrescente de condutibilidade térmica citaremos: a prata, o cobre, o alumínio, o latão, o zinco, o estanho, o aço e o chumbo.

          Outros materiais são maus condutores, ou isoladores, do calor e poderemos citar, também por ordem decrescente da sua condutibilidade térmica: a pedra, o vidro, a borracha, a madeira, o papel e a cortiça.

 

          Condutibilidade elétrica – é a propriedade que possuem algumas substância de se deixarem atravessar, com maior ou menor facilidade, por uma corrente elétrica. Designam-se pelo nome de condutores as substâncias de elevada condutibilidade elétrica; dum modo geral, os metais são bons condutores da eletricidade.

          Alguns deles, como o cobre e suas ligas, além do alumínio, são tão bons condutores que são utilizados na fabricação de linha de transmissão da corrente elétrica e de aparelhagem elétrica. Por outro lado, as ligas cromo-níquel ou ferro-níquel, são más condutoras e, por isso, são empregadas na construção de resistências elétricas de aparelhos de aquecimento, reóstatos, etc.

          Aqueles materiais que não se deixam atravessar pela corrente elétrica designam-se com o nome de isoladores (ou dielétricos) e os mais conhecidos são: a borracha, o vidro, a madeira seca, a ebonite e a baquelite.

 

          Dilatibilidade – é a propriedade das substâncias que permite que variem as suas dimensões pela ação do calor. É esta propriedade que é aproveitada na montagem térmica de casquilhos, de tambores ou veios, de aros em rodas, de rolamentos de esferas, etc.

          Na construção de pontes e de coberturas metálicas devem prever-se dispositivos de modo a permitir a dilatação daqueles elementos quando provocada pela variação da temperatura ambiente.

 

          PROPRIEDEDES MECÂNICAS DOS METAIS

Os metais e ligas utilizados em construção mecânica devem possuir um certo número de propriedades mecânicas que lhes permitam resistir os esforços a que são submetidos, sem correrem o risco de rotura, deterioração ou desgaste prematuro. Essas propriedades, em que é necessário utilizar uma força para se determinar são: a dureza, a tenacidade, a elasticidade, a maleabilidade, a ductilidade e a fragilidade ou resiliência.

          Para se avaliar até que ponto um material possui as qualidades mecânicas requeridas, é preciso poder medir essas qualidades características por meio de ensaios. Estes, podem ser de ordem particular, tendo em vista medir qualidades especiais como os ensaios de desgaste ou fadiga, de dobragem, de furamento, de contrastamento, etc.; outros, de ordem mais geral, são atualmente de pratica corrente e permitem definir, para cada material, as características mecânicas.

          Portanto, os ensaios tem por objetivo a determinação das características mecânicas dos materiais afim de poder escolher o metal ou liga para determinada peça, as dimensões a dar-lhe, assim como os tratamentos térmicos a que deve ser submetida em função das forças a que ficará sujeita, quando em funcionamento e são realizados em laboratórios, que os oficiais, quer os privativos das oficinas, ou empresas particulares nos quais se utilizam máquinas e aparelhos especiais.

          Não seria prático, nem econômico, submeter a ensaio a totalidade dos perfilados que constituíssem, por exemplo, a construção duma ponte metálica; somente um certo número de barras, tiradas ao caso dum lote a empregar, são ensaiadas. Destas, são colhidas amostras das quais se executam os provetes que são submetidos a ensaio.

          Quer dizer, nos ensaios destrutivos é necessário obter um provete especial. Este é, então, realizado duma amostra do material o que obriga a inutilizar a peça, ou uma porção de peças, razão por que, como veremos adiante, não pode, muitas vezes, ser utilizado.

          Vejamos agora, resumidamente, uma classificação dos tipos de ensaios que poderão ser realizados nos laboratórios anexos que, atualmente, qualquer grande empresa ou indústria metalomecânica deve possuir.


Tipos de ensaios

 

          1°- Ensaios estáticos – em qualquer destes trabalhos as provetas são submetidas a esforços que crescem, progressiva e lentamente, a partir de zero até a um máximo correspondente a rotura.

         Os principais ensaios deste tipo são: os de tração, os de compressão, os de flexão, os de corte e os de torção.

 

          2°- Ensaios dinâmicos – nestes, as provetas são submetidas a esforços análogos ou, ainda, mais desfavoráveis do que aqueles que hão-de solicitar os órgãos de máquinas ou elementos de estruturas correspondentes. É que, em especial, os órgãos de máquinas em movimento são, geralmente, submetidos a cargas extremamente variáveis que se podem consideres como choques ou pancadas quando a sua variação é importante e efetuada num curto espaço de tempo.

          Os principais ensaios deste tipo são: os de choque, (ou de resiliência) e os de fadiga.

 

          3°- Ensaios complementaresos principais ensaios complementares são os de dureza, de importância considerável na prática como veremos a seguir, e os de desgaste.

 

          4°- Ensaios de trabalho – os principais ensaios deste tipo correspondem as diversas aplicações industriais e diferem de acordo com a forma e aplicação dos metais a verificar. São eles: a dobragem a frio a dobragem a quente, o corte por levantamento de aparas e furacão a broca, a estampagem, a laminagem e a estiagem.

 

          5°- Ensaios químicos – os principais ensaios deste tipo tem por fim determinar, exatamente, a composição qualitativa e quantitativa das matérias-primas empregadas ou de produtos elaborados.

 

          6°- ensaios de textura – os principais ensaios deste tipo são os macrográficos e os micrográficos.

         

         

 

    

 

 

         

 

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