MATERIAIS DE ANTI-FRICҪÃO

 

Materiais de anti-fricção

 

          Ligas de anti-fricção

          Estas ligas utilizam-se na preparação das chumaceiras. As características técnicas fundamentais que se exigem das ligas anti-fricção são determinadas pelas condições de trabalho das chumaceiras.

          O material das chumaceiras deve possuir as seguintes propriedades:

          1) Ser bastante plástico para permitir uma melhor rodagem do eixo na chumaceira e possuir uma dureza que não provoque desgaste exagerado no eixo, mas suficiente para tornar a chumaceira um apoio resistente do eixo;

          2) A superfície de trabalho deve ser microcapilar, isto é, capaz de deter o lubrificante;

          3) Deve ter pequeno coeficiente de atrito em relação ao material do eixo em rotação;

          4) Tem de possuir baixa temperatura de fusão.

     

          Para as ligas de anti-fricção corresponderem a essas exigências técnicas, elas devem ser constituídas por um material plástico de base com partículas de substâncias mais duras, disseminadas uniformemente naqueles e capazes de resistir a força de pressão do eixo e ao trabalho de atrito.

          Durante a rotação do eixo o material plástico de base, por ser mole, sofre desgaste na superfície de contato com o eixo e, portanto, nela vai sempre diminuindo o número de partículas duras sobressalentes, processo este que diminui a superfície de atrito, e por conseguinte, o próprio atrito, uma vez que provoca a formação de uma rede se sulcos (microcapilar) onde se detém perfeitamente o lubrificante que circula continuamente e, ao mesmo tempo, arrefece as superfícies em atrito, assim como transporta para fora as partículas arrancadas do material anti-fricção.

          Existem os seguintes materiais anti-fricção: babbites, bronzes, gusas, ligas anti-fricção de alumínio, zinco, materiais reduzidos a pó, plásticos.

         

          Chamam-se babbites as ligas brancas anti-fricção cujo material base é o estanho, chumbo ou uma combinação de chumbo com cálcio.

          Nas babbites de estanho e chumbo há impurezas de cobre, antimônio, etc., enquanto que nos de cálcio há impurezas de magnésio, sódio, etc.

          Existem as seguintes marcas de babbites de estanho: Ƃ88, Ƃ83C, Ƃ16, ƂH, etc.; e marcas de babbites de cálcio: ƂKA, ƂK2, ƂKlll, etc.

           Os babbites de estanho Ƃ88 e Ƃ83C são as de maior qualidade (o algarismo que se junta as letras indica o teor de estanho). As babbites resistem a velocidade de rotação muito elevadas dos veios, razão por que se utilizam no fabrico de chumaceiras para turbinas de navios, turbobombas, turbocompressores, motores elétricos.

          Possuem elevada resistência aos choques, e um coeficiente de atrito muito baixo (em relação ao lubrificante utilizado).

          As babbites de chumbo Ƃ16, ƂH, ƂC6 utilizam-se para máquinas sujeitas a cargas menores.

          As babbite de cálcio são consideravelmente mais baratas do que as de estanho e chumbo. A não existência de estanho nalgumas babbites de cálcio permite diminuir o seu desgaste.

 

         Metais e ligas de alto ponto de fusão

          Dizem-se de alto ponto de fusão os metais cuja temperatura de fusão seja superior a 1700°C.

          Os mais importantes são o volfrâmio (3410°C), o molibdênio (2620°C), o tântalo (2996°C), o cromo (1875°C), o rutênio, o háfnio, etc.

          Os metais de alto ponto de fusão e suas ligas são largamente utilizados como materiais resistentes a altas temperaturas, por exemplo, na construção de foguetões.

          Estes metais obtém-se a partir de materiais reduzidos a pó que se submetem a prensagem em moldes e, logo depois, a ustulação para obter aglomerados moldados, assim através da fundição de lingotes apropriados em fornos elétricos de arco voltaico e com feixe de electrões.

          Depois da forjadura das barras de volfrâmio obtidas dessa forma, elas são submetidas a trefilação em fieiras de diamante para a obtenção de arames de volfrâmio e de diâmetro de 15 μm. O diâmetro pode ser diminuído por meio de capagem até 5 μm.

          Os arames de volfrâmio são largamente utilizados em aparelhos eletrônicos.

          Os monocristais de elevada pureza de matais com alto ponto de fusão são obtidos através de um processo de fundição especial.

          Os monocristais de volfrâmio com massa superior a 10 kg são muito plásticos até a temperatura de condensação do hélio (-267,8°C) podendo ser trabalhados a frio.

          Os metais de alto ponto de fusão possuem grande resistência a corrosão quando sujeitas a ação de ácidos fortes (nítrico, sulfúrico, etc.), duram 2 a 3 anos, ao passo que as preparadas de um aço resistentes a corrosão duram, nestas condições 2 a 3 meses.

          Os metais de alto ponto de fusão e a suas ligas, para evitar a oxidação, são aquecidos em vazio ou gases neutrais (argon, hélio). As peças sujeitas, durante o seu trabalho, a elevadas temperaturas, são revestidas de crômio, alumínio, silício e outros metais,

          Para o fabrico das peças que durante o funcionamento sofrem aquecimento até 1400°C utiliza-se o molibdênio, o nióbio e as suas ligas; no caso de o aquecimento ser ainda maior, utiliza-se o volfrâmio e o tântalo cujo ponto de fusão é muito superior.

          As ligas de volfrâmio com 20% de rênio e as de volfrâmio com 5% de rênio usam-se na preparação de termopares, utilizados para a avaliação da temperatura até 3000°C.

          Os carbonetos de volfrâmio, tântalo, nióbio, são resistentes ao desgaste, tem dureza próxima da do diamante e elevada temperatura de fusão.

          O tântalo usa-se na preparação de placas e fios utilizados na cirurgia dos ossos. Os carbonatos de tântalo (com ponto de fusão de 3880°C) empregam-se para sobrefundir as superfícies das peças sujeitas a ação de meios corrosivos.

          As ligas de metais refratários são mais resistentes do que os metais refratários puros.

          A sua resistência a tração e a compressão não se altera, quer quando sujeitos ao aquecimento até elevadas temperaturas (até 1200°C), quer quando submetidos a temperaturas baixas (- 196°C).

          O volfrâmio e o molibdênio, quando puros são utilizados na indústria radioeletrônica para a preparação de filamentos incandescentes, molas, aquecedores, contatos.

           A liga com 80% de volfrâmio e 15% de molibdênio serve para o fabrico de peças que durante a sua utilização ficam sujeitas a temperaturas próximas de 3000°C.

          O molibdênio e as suas ligas revestem-se também de grande importância nos setores eletrônico e químico. As ligas de molibdênio com o estanho são supercondutores muito valiosos.

          Tem também grande importância o rênio, cuja temperatura de fusão é de 3180°C, sendo a densidade 3 vezes superior à do ferro; o rênio é um pouco mais leve que o ósmio, a platina e o irídio. O rênio possui grande resistência eletrônica.

          A resistência em caso de aquecimento e as caraterísticas mecânicas do rênio com volfrâmio e tântalo não se alteram até a temperatura de 3000°C. o volfrâmio e o molibdênio tornam-se muito frágeis a temperaturas baixas, enquanto que quando são misturados com o rênio, conservam a sua plasticidade a essas temperaturas.

          O rênio é utilizado na fabricação de aparelhos de navegação de alta precisão para os voos cósmicos assim como na preparação de fios de torção muito finos e resistentes cujo diâmetro não ultrapassa dezenas de micros.

          O fio desse metal como seção transversal de 1 mm2 resiste a esforços iguais a vários kilonewtons (kN).

 

          Ligas resistentes ao calor

          São ligas utilizadas no fabrico de peças sujeitas, no seu trabalho, a temperaturas superiores a 700°C.

          Constituem um material de construção especial muito valioso para o fabrico de turbinas, nas quais correspondem a 40 – 50% de peso total. Essas ligas são muito resistentes ao calor do que os aços.

          As ligas deste tipo mais utilizadas são aquelas em que o metal de base é constituído por níquel, visto que a resistência deste metal ao calor é muito superior à dos aços mais resistentes ao aquecimento.

          As temperaturas de trabalho dessas ligas rondam entre 800°C e 1000°C.

           As ligas com metal de base constituídas por cobalto tem aproximadamente a mesma resistência ao trabalho a quente ou ainda maior.

         As ligas de níquel e cobalto, além de serem muito resistentes ao calor são refratários. Existem as seguintes marcas dessas ligas: XH77TIO, XH70MBTIOE, XH77TIOP, etc.

          A liga XH77TIOP serve para o fabrico de pás e discos de turbinas, anéis e outras peças que trabalham a temperatura de 750°C; a liga XH78T é usada para o fabrico de camarás de combustão; a liga XH55BMTKO com 14% de Co, usa-se para fabricar pás de turbinas que trabalham a 850 - 950°C.

          As ligas de níquel empregam-se para fabricar aquecedores, reostatos e aparelhagem de medição, assim como peças de grande importância na maquinaria de indústrias químicas.

           Utilizam-se também as ligas duras para ferramentas de pontas de cerâmica em que se usa largamente o cobalto.

          As ligas de níquel pertencem também os nicromios (XH60IO, XH78T) que por serem resistentes ao calor, são utilizadas no fabrico de peças sujeitas a grandes esforços e aos efeitos dos metais oxidantes, assim como de aquecedores. As ligas de cobalto, dado que o cobalto é um metal deficitário, usam-se com menor frequência. Por exemplo, a liga dita nitalium que contém crômio, níquel, molibdênio e cobalto emprega-se no fabrico de pás de motores a jato.

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