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LIGAS DURAS E MATERIAIS DE CERÁMICA METALICA

 Ligas duras e matérias de cerâmica mineral


          ligas duras 

          Na constituição das ligas duras entram os carbonetos refratários (isto é, matais combinados com o carbono) que se distinguem pela sua grande dureza e elevada resistência ao desgaste e ao trabalho a quente. Todas estas características das ligas não se alteram mesmo quando aquecidas até 800 - 1000°C.

 

          Classificação das ligas duras

          Quanto as técnicas de obtenção das ligas duras, estas dividem-se em:

          -Ligas duras fundidas;

          -Ligas duras de cerâmica metálica.

          As ligas duras fundidas são obtidas por fundição de varas de 5 – 10 mm de diâmetro e 200 – 300 mm de comprimento, próprias para a sobrefundição e enchimento de defeitos nas peças e ferramentas.

          As ligas de cerâmica metálica preparam-se aquecendo para aglomerar os carbonetos de volfrâmio, titânio e tântalo, misturados com o cobalto e reduzidos a pó.

          Na união soviética preparam-se em escala industrial as seguintes ligas de cerâmica metálica: monocarboneto de volfrâmio (BK), bicarbonato de titânio e volfrâmio (TK) e tricarboneto de titânio, tântalo e volfrâmio (TTK).

 

          Ligas duras fundidas

          Existem as três seguintes espécies fundamentais de ligas duras, utilizadas para o enchimento de defeitos de peças por sobrefundição: ligas moldadas, ligas em grãos (estalinite) e ligas de eléctrodos. A não existência do volfrâmio na composição dessas ligas constitui uma das suas características especificas.

          As ligas sormaite e BK2, BK3, ditas stelites, são obtidas sob a forma de varinhas e pó e utilizadas para o enchimento de defeitos nas superfícies de trabalho de peças e ferramentas, quer novas ou desgastadas: matrizes para estampagem, ferramentas para cortar metais, pontos de tornos, etc.

          O enchimento de defeitos por sobrefundição faz-se à custa da chama de maçarico de acetileno e oxigênio ou arco voltaico. As peças e ferramentas destinadas a sobrefundição são fabricadas de aço carbono para poupar os aços de liga caros.

           As ligas referidas podem ser sobrefundidas quer nas superfícies de peças de aço, quer das de gusa. A resistência ao desgaste das peças e ferramentas protegidas com camada de ligas duras sobrefundidas e 12 vezes a das próprias peças de base. A liga dura em grãos – estalinite - usa-se para suprir as ligas stelite para elevar a resistência ao desgaste das peças escavadoras brocas de minas, etc.

          O enchimento por sobrefundição faz-se à custa do arco voltaico segundo a técnica Bernardos com um eléctrodo de carvão ou grafite. A ligas duras de eléctrodo são utilizadas da mesma forma que de grãos, mas se obtém sob a forma de verguinhas constituída por grafite, ferroliga, carboneto de boro, etc.

Das ligas duras moldadas propostas para o enchimento de defeitos por sobrefundição a primeira foi a chamada relite cuja composição química (em % ponderais) é a seguinte: 40% de C; 91,5% de W; 3% de Mn; 1,5% de Fe. Possui a dureza de 89 HRA. Dado que na sua composição entre o volfrâmio, material refeitório, a relite, hoje em dia, é utilizada raramente.

 

          Ligas duras de cerâmica metálica

          Denominam-se cerâmica metálica as ligas constituídas por uma mistura de metais, cuja técnica de preparação é semelhante a tecnologia de obtenção de objetos cerâmicos (de barro, porcelana e materiais refratários).

          Geralmente as ligas duras utilizam-se na preparação de navalhões para as pontas cortantes de ferramentas (ferramentas de torno, brocas, fresas, escareadores), sendo segurados nela quer por soldadura, quer mecanicamente.

          Como já foi dito, as ligas duras, no que diz respeito a composição química do carboneto de base delas, dividem-se em ligas duras de volfrâmio, de volfrâmio combinado com titânio, e de volfrâmio combinado com titânio e tântalo.

          As ligas duras de volfrâmio (BK3, BK3M, BK6, BK8, BK8B) são utilizadas para o tratamento de materiais frágeis: a gusa, os bronzes, a porcelana, os vidros.

          A liga dura BK6M serve para fabricar ferramentas utilizadas no acabamento ou semiacabamento de gusas temperadas, aços resistentes ao calor, plástico, enquanto que a liga BK8B se emprega no fabrico de instrumentos para perfuração mineira, trefilacão, desbaste de aços resistentes ao calor e a corrosão.

          As ligas duras de titânio e volfrâmio (T5K10, T15K6, T30K4, etc.) servem para o trabalho de metais tenazes: os aços e os latões.

          A liga T5K10, por exemplo, é utilizada na preparação de navalhões a segurar nas ferramentas destinadas ao desbaste dos aços (incluindo as peças de aço prensadas e moldadas) sem eliminar a escória nem a carepa.

          As ligas T15K6 e T30K4 destinam-se ao acabamento e semiacabamento no trabalho mecânico de metais.

          As ligas duras de volfrâmio, titânio e tântalo usam-se para desbastar pecas forjadas de aço. As ligas TT7K12 e TT10K8B tem maior resistência a flexão do que as de titânio e volfrâmio.

          As ligas duras de grão fino com elevado teor de cobalto (BK20, BK25, BK30) e as novas ligas de grãos grossos (BK15B, BK20B e BK25B), por serem muito resistentes a tração e a compressão e possuírem grande resiliência, são utilizadas no fabrico de matrizes de ligas duras para estampagem, sujeitas a golpes fortes durante o funcionamento.

          A duração dessas matrizes para estampagem é 30 – 50 vezes superior à das de aço, o que produz grande efeito econômico.

 

          Ligas duras de cerâmica mineral

          Hoje em dia além das ligas duras de cerâmica metálica, no fabrico de máquinas utiliza-se um novo material barato para a preparação de ferramentas, constituído por óxidos de metais de alto ponto de fusão: Al2O3, Cr2O3, SiO2, ZrO2.

          As ligas duras de cerâmica mineral distinguem-se por não conterem elementos refratários caros: volfrâmio, cobalto, etc.

         Atualmente usam-se com maior frequência os dois seguintes materiais de cerâmica mineral: IIM-332, dita microlite, e o termocorindo. No que diz respeito a dureza (90 – 95 HRA) e a resistência ao desgaste e ao calor, esses materiais tem vantagens evidentes sobre as outras ligas duras.

          A cerâmica de microlite caracteriza-se por grande resistência química e elevado limite de resistência a tração e a compressão.

          As ferramentas com navalhões fabricados de cerâmica de microlite não perdem a sua dureza mesmo quando aquecidos, durante a sua utilização, até 1200°C, sendo, portanto, recomendável utiliza-los no trabalho para o torno no acabamento e semiacabamento de peças moldadas de gusas, metais não ferrosos e suas ligas e materiais não metálicos, com grande velocidade de rotação e pequenos valores de profundidade de corte e do avanço.

          A tecnologia de obtenção de navalhões de microlite é a seguinte: tritura-se o mineral que, depois de reduzido a pó, é lançado nos moldes apropriados, submete-se a, prensagem e, depois, a aglomeração a 1750 - 1900°C.

          Os navalhões podem ser obtidos também por fundição e moldagem a quente sob pressão (método dito escorificado). Nas ferramentas os navalhões obtidos são fixados quer por soldadura, quer mecanicamente.

 

          Atualmente foram elaborados e já são utilizados novos materiais muito duros para a preparação de navalhões de ferramentas. Trata-se dos chamados elbor (das marcas 01, 05 e 10) e diâmetros artificiais constituídos por policristais de azoteto de boro.

          Os policristais de azoteto de boro que cristalizam no sistema cubico possuem uma resistência ao calor (até 1300°C) superior a de todos os materiais utilizados hoje em dia nas ferramentas correntes: em comparação a dos diamantes naturais – 1.9 vezes, do aço rápido – 2,3 vezes, com a da liga dura – 1,7 vezes.

          A tecnologia de obtenção desse materiais permite conferir aos policristais tanto a forma cilíndrica, como a esférica, de 3,5 – 8mm de comprimento a de 3 – 5 mm de diâmetro.

          A fixação dos policristais nos corpos das ferramentas faz-se por soldadura em vazio ou pela prensagem a quente por meio de um casquilho de aço apropriado.

          As ferramentas com pontas cortantes constituídas por um navalhões preparado de elbor servem para o torneamento de gusas e aços de qualquer dureza e a grandes velocidades de corte.

          A duração das ferramentas com navalhões de azoteto de boro que cristalizam no sistema cubico, utilizados para o trabalho mecânico dos aços temperados com dureza de 63 – 66 HRC, é dezenas de vezes superior à das ferramentas fabricadas de ligas duras.

          O emprego dessas ferramentas para o torneamento da gusa permite diminuir a rugosidade das superfícies torneadas, além de se atingir grande precisão de torneamento.

          As ferramentas cortantes com navalhões de diamantes artificiais policristalinos (por exemplo, o chamado carboneto e o balas) são utilizadas para o trabalho mecânico de ligas de titânio, cerâmica mineral, ligas duras.

 Os diamantes sintéticos de policristais são preparados a partir de grafite a temperatura de ordem de 2500°C e sob grandes pressões.

          Os diamantes sintéticos obtidos são classificados segundo o seu tamanho e, depois, utilizados no fabrico de diversas ferramentas cortantes a apropriadas.

          Repara-se que as peças de aço e gusa prestam-se melhor ao trabalho por esmerilagem com ferramentas abrasivas de elbor do que com as de diamantes sintéticos, uma vez que o azoteto de boro não tem afinidade química com o ferro nem a sua resistência ao trabalho a quente é superior a daquele.       

 


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