ALUMINIO E SUAS LIGAS

 

Alumínio e suas ligas

 

         Introdução

          O alumínio é um elemento muito abundante na natureza, onde aparece sob variadíssimas formas, sendo as bauxites (óxidos hidratados de alumínio), os minerais mais utilizados na sua produção industrial.

          Este minerais contém cerca de 40 a 60% de alumínio, sendo a parte restante formada por impurezas tais como, óxidos de ferro, de silício, de cálcio e de titânio.

          O alumínio, metal já conhecido na antiguidade egípcia, só no século XX passou a ser utilizado industrialmente em grande escala. Este atraso deveu-se a grande afinidade deste elemento com o oxigênio, o que tornava impraticável a redução dos seus óxidos pelo carbono.

          O processo que permite isolar este metal realiza-se em duas fazes:

          1° tratamento da bauxite para eliminação de impurezas do óxido hidratado em óxido de alumínio ou alumina;

          produção do alumínio a partir da alumina por um processo eletrolítico.

 

          Para a obtenção eletrolítica do alumínio, dissolve-se a alumina em criolite, o que origina no abaixamento do ponto de fusão da alumina, que passa de 2000°C para cerca de 1000°C. esta operação permite realizar o processo eletrolítico a partir de uma solução a menor temperatura (aproximadamente 1000°C)

          A passagem de uma corrente continua através da solução provoca a libertação do alumínio.

          O alumínio vai depositar-se no cátodo, enquanto o oxigênio se dirige para o ânodo.

          O alumínio assim obtido, é bastante puro, contendo impurezas vereáveis entre 0,3 e 1%.

           O processo, chamado de Hall-Herolut foi desenvolvido em 1886 de maneira independente por Charles Hall (Estados Unidos) e Paul Heroult (França). As primeiras aplicações do alumínio foram objetos de decoração como molduras de espelhos, travessas e utensílios domésticos.

           Com o tempo, cresceu a diversidade das aplicações do alumínio, de maneira que, praticamente, todos os aspectos da vida moderna são afetados diretamente ou indiretamente pelo seu uso.

           Recentemente, verificou-se que os maiores mercados para as ligas de alumínio são:

          - indústria de equipamentos e maquinaria

          - cabos e componentes elétricos;

          - construção civil (fachadas, pontes, tanques de estancagem)

          - Indústria automobilística;

          - Embalagens para medicamentos e alimentos, etc.

 

         Características do alumínio

          As principais características do alumínio são:

          - Baixo pesoo alumínio apresenta uma densidade de 2,7g/cm3.

          - Boas características de condutibilidade elétrica e térmicade 50 a 60% da condutibilidade do cobre, sendo vantajoso seu emprego em trocadores de calor, evaporadores, aquecedores, etc.

          - Elevada ductilidade- permitindo conformação de componentes com elevados valores de deformação

          - Resistente a corrosãoà corrosão atmosférica, à corrosão em meio aquoso, à oleos diverso.

          - Não é magnéticocaracterística importante para aplicações eletroeletrônica.

          - baixo ponto de fusão - a principal limitação do alumínio é a sua baixa temperatura de fusão (660 °C), o que limita a temperatura de trabalho das suas ligas;

          - Não tóxicoo alumínio não é tóxico e, portanto, é largamente empregado em embalagens;

          - baixa resistência mecânica no estado puro, podendo ser empregados os seguintes elementos de endurecimento:

          1. Endurecimento por solução solida (ligas não tratáveis);

          2. Endurecimento por dispersão de partículas (ligas não tratáveis);

          3. Endurecimento por encruamento (ligas não tratáveis);

          3. Endurecimento por dispersão de partículas coerentes ou submicroscópicas (ligas tratáveis termicamente).

 

          Elementos de ligas do alumínio

          O alumínio forma ligas combinando-se com os seguintes elementos:

          - Cobre (Cu); Magnésio (Mg); Silício (Si); Manganês (Mn) e Zinco (Zn).

 

          De acordo com a sua aplicação, as ligas de alumínio podem ser divididas em dois grupos:

 

          Ligas para trabalhos e conformação

           – ligas destinadas à fabricação de produtos semiacabados, como laminados planos (placas, chapas e folhas), laminados não planos (tarugos, barras e arames) perfis extrudados e componentes forjados.

    

          Ligas para fundição

          – ligas destinadas a fabricação de componentes fundidos. Somando-se as ligas conformáveis e as ligas para fundição, existem mais de 600 ligas reconhecidas industrialmente.

          Estes dois grupos se subdividem em:

          Ligas não tratáveis - Não são endurecíeis por meio de tratamento térmico.

 

          Ligas tratáveis termicamenteSão endurecidas por meio de tratamentos térmicos.

          É importante destacar que o termo “tratamento térmico” é, no seu sentido mais amplo, qualquer operação de aquecimento ou resfriamento controlado realizada para modificar as propriedades mecânicas, estrutura metalúrgica ou estado te tensões internas de um produto metálico.

          Nas ligas de alumínio, o tratamento térmico é restrito a operações específicas utilizadas para aumentar a resistência e a dureza de ligas endurecíeis por precipitação (conformáveis ou fundidas).

 

         Produção do alumínio

          Redução:

          O óxido de alumínio é extraído da bauxita através do processo Bayer. O processo Bayer refina o grão e calcina a bauxita com o tratamento térmico de hidróxido de sódio que converte a alumina em minério de sódio.

          Após a separação do resíduo insolúvel, constituído principalmente de óxido de ferro e sílica, a solução de alumínio é resfriada lentamente até 25 – 35ºC, para precipitação do hidróxido de alumínio [Al(OH)3].

          O hidróxido de alumínio [Al(OH)3] é então refinado, lavado e calcinado à 1100ºC para produção de óxido de alumínio, Al2O3. O óxido de alumínio é dissolvido em um banho de criolita fundida (Na3AlF6) e eletrolisado em células eletrolíticas de carbono, usando como ânodo e cátodo eletrodos de carbono.

          No processo de eletrólise, o alumínio fundido é depositado no estado líquido no cátodo de carbono, revestindo a parte inferior da soleira do lote eletrolítico, sendo que tem maior densidade.

          Durante a eletrólise, o oxigênio é liberado pelo ânodo, quando este ataca o carbono, e forma CO e CO2.

           O alumínio fundido é periodicamente liberado pelas células e tratado no estado fundido, o que promove a remoção do excesso de óxido e de outros gases. A célula de liberação do alumínio geralmente contém 99,5 a 99,9% de alumínio, tendo, como impurezas, principalmente, ferro e silício.

 

          Tratamentos térmicos das ligas do alumínio

          As ligas de alumínio que são classificadas em “tratáveis termicamente”, respondem ao tratamento de dissolução. Os principais tipos de tratamento térmico são:

          - Homogeneização;

          - Solubilização/Envelhecimento;

          - Recozimento Pleno;

          - Recozimento Parcial;

          - Estabilização.

 

          Homogeneização

          É realizado em temperaturas ao redor de 500ºC – dependendo da liga – e tem a função de remover ou reduzir as segregações, produzir estruturas estáveis e controlar certas características metalúrgicas, como propriedades mecânicas, tamanho de grão, estabilidade, entre outras.

          Na laminação a quente, este tratamento pode ser executado concomitantemente ao aquecimento das placas.

 

          Solubilização/envelhecimento

          Esse tratamento dá às ligas que respondem a ele uma maior resistência mecânica. O processo é o seguinte:

          - O metal é aquecido uniformemente até cerca de 500°C. A temperatura exata depende de cada liga. O aquecimento ocasiona a dissolução dos elementos de liga na solução sólida (tratamento de solução);

          - Segue-se um resfriamento rápido, geralmente em água, que previne temporariamente a precipitação dos elementos da liga, formando uma solução saturada. Esta condição é instável.  

           Gradualmente, as fases constituintes precipitam-se de uma maneira extremamente fina (sobre lacunas e discordâncias, somente visível por potentes microscópios), alcançando o máximo efeito de endurecimento (envelhecimento).

           Em algumas ligas isto ocorre espontaneamente, depois de alguns dias na TA (envelhecimento natural). Em outras, requer-se um reaquecimento por algumas horas a cerca de 175°C (tratamento artificial de precipitação acelerada).

          As chapas são normalmente tratadas num banho de sal fundido, que possui alta taxa de transmissão de calor e fornece suporte ao metal, prevenindo possíveis deformações em altas temperaturas.

          Fornos com circulação de ar forçado são geralmente utilizados para perfis extrudados, tubos, forjados e peças fundidas.

          Entre os efeitos de um tratamento térmico completo, estão um aumento substancial nos limites de escoamento e de resistência à tração e uma redução da ductilidade.

          Normalmente, o tratamento térmico é precedido de uma operação de conformação severa, se for necessária.

           A maior parte das conformações pode ser feita antes do tratamento de solução. Porém, preferencialmente, a conformação deve ser feita imediatamente após o tratamento de solução, antes do envelhecimento.

          Quando esta conciliação for difícil, é possível retardar o envelhecimento mantendo os componentes resfriados. Essa técnica é frequentemente aplicada em rebites para a indústria de aviação.

 

          Recozimento pleno

          O recozimento pleno é um tratamento térmico em que se obtém as condições de plasticidade máxima do metal (têmpera O), correspondendo a uma recristalização total do material. O processo é o seguinte:

          - O metal deformado a frio é aquecido, geralmente na faixa de 350°C, suficientemente para permitir o seu rearranjo numa nova configuração cristalina não deformada;

          - Este processo de recristalização remove o efeito do trabalho a frio e deixa o metal numa condição dúctil. O recozimento bem sucedido caracteriza-se somente pela recristalização primária;

          - Deve-se evitar superaquecimentos que causam coalescência e o crescimento exagerado dos grãos, também chamada de recristalização secundária, com a consequente tendência de ser desenvolvido o defeito "casca de laranja" nos trabalhos subsequentes de estampagem. Granulação em função do encruamento e da recristalização

 

          Recozimento parcial

          Este tipo de tratamento térmico corresponde a uma recristalização parcial do material, permitindo a obtenção de têmperas com alongamentos maiores.

           Esse processo favorece, em alguns casos, o processo de estampagem, conferindo ao produto final uma maior resistência mecânica. Pode ser realizado entre as temperaturas de 200°C a 280°C, dependendo da porcentagem de redução aplicada na laminação a frio.

 

          Estabilização

Nas ligas Al-Mg, após alguns dias à temperatura ambiente, ocorre uma perda de propriedades mecânicas do material deformado a frio.

          Trata-se de um processo de recuperação. Para contornar esse inconveniente, aquece-se o matéria.

 

         O duralumínio

         Os duralumínios são um conjunto de ligas metálicas de forja de alumínio, cobre (1,5%-4,5%) e magnésio (0,45%-1,5%), assim como manganês (0,6%-0,8%) e silício (0,5%-0,8%) como elementos secundários. Pertence à família das ligas metálicas alumínio-cobre.

          Os duralumínios apresentam uma elevada resistência mecânica a temperatura ambiente, entretanto, sua resistência a oxidação, soldabilidade e aptitude para a anodização são baixas. São empregados na indústria aeronáutica e automobilística.

          Amplamente utilizado em materiais (equipamentos) de montanhismo tais quais mosquetões, freios, etc.

   

 

 

 

 

 

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